domingo, 30 de dezembro de 2012

Escola do Maracanã será mantida até final de 2013


A Escola Municipal Friedenreich, que fica na região do Maracanã e que seria demolida para a construção de parte do Complexo Esportivo do estádio, permanecerá em pé pelo menos até o fim do ano letivo de 2013. Foi o que confirmou a Secretaria Municipal de Educação neste sábado (29).
A escola atende cerca de 400 alunos e tem o quarto melhor Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da cidade do Rio. O anúncio da demolição da escola realizado próximo ao fim do ano letivo de 2012 pegou os pais de surpresa e gerou grande mobilização dos pais dos alunos que desaprovaram a medida.

Ainda de acordo com a secretaria, a permanência não garante que a escola não será demolida. A secretaria disse que fez uma nova proposta para a transferência dos alunos. O projeto é construir a nova Friedenreich em um terreno da Escola Municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca e que fica a 700 metros do Maracanã.

Antes disso, a prefeitura cogitou a transferência da unidade para o prédio da antiga escola veterinária do Exército, mas a proposta não foi aceita pelos familiares dos estudantes. Segundo a prefeitura, os alunos não serão transferidos antes da conclusão das obras do novo prédio que ainda nem começaram. A expectativa é que a mudança ocorra apenas em 2014.

Em outubro, o governo estadual disse em nota que a demolição faz parte do projeto que transformará o complexo esportivo do Maracanã em uma grande área de entretenimento, e é necessária para a Olimpíada de 2016. Na área da escola, está prevista a construção de duas quadras de aquecimento para as seleções de vôlei, dentro do Complexo Esportivo do Maracanã.

O governo do Estado não comentou a decisão da Prefeitura até a publicação desta.

Na página do Movimento Meu Rio, que liderou a luta pela permanência da escola, os manifestantes comemoraram a notícia, mas não confirmaram a nova proposta. "A secretária Municipal de Educação, Claudia Costin, entrou em contato com a gente e nos informou que a Prefeitura e o Governo do Estado voltaram atrás em seu plano de demolir a Escola Municipal Friedenreich durante as férias. A Escola ficará no lugar durante todo o ano letivo de 2013", informou. Procurados, não foram encontrados.

Fonte: Folha de S. Paulo

PORTAL VERMELHO

sábado, 29 de dezembro de 2012

Mestrados acadêmicos e mestrados profissionalizantes

Muitos colegas de trabalho fizeram ou estão fazendo mestrados profissionalizantes em várias instituições federais no RJ. Defenderam ou irão defender dissertação de mestrado como todos aqueles que fizeram ou fazem mestrado acadêmico. Essa ideia de separar mestrado acadêmico do profissionalizante reside no fato do segundo estar voltado para aqueles que já estão no mercado de trabalho. O foco está no aprimoramento profissional, mas, na prática, em termos de exigência, não é muito diferente do outro. Os mestrados acadêmicos, diferentemente dos profissionalizantes, estão voltados para um público mais jovem, recém egresso da graduação. Muitos desses jovens não possuem, ainda, devido a idade, uma experiência profissional sólida. Os mestrados acadêmicos estão, também, mais articulados com o doutorado e o pós-doutorado e, consequentemente, são mais contemplados com bolsas para pesquisa. Ambos, os mestrados acadêmicos e profissionalizantes, são importantes para a educação. Não obstante, os segundos sofrerem com o desprestígio por parte do chamado "mundo acadêmico". As razões dessa atitude são complexas, o que me obrigaria escrever muitas linhas sobre o assunto. Assim, deixarei minhas considerações sobre essa questão para outra ocasião.

Os mestrados profissionalizantes atendem a uma demanda muito importante, a de contribuir para o aprimoramento de pessoas que estão inseridas no mundo do trabalho. Por isso mesmo, possuem objetivos e currículos adequados ao estudante-trabalhador, matriculado num programa de mestrado. Isso não significa, de forma alguma, que o curso seja de qualidade inferior, muito pelo contrário, pelo fato de possuir um público com uma larga experiência profissional, as discussões são, na maioria das vezes, bastante enriquecedoras e as dissertações em nada devem, em termos qualitativos, aos mestrados denominados de acadêmicos. Tudo depende das condições de trabalho, da adequação do programa e do compromisso político da equipe de professores e dos estudantes. Qualidade não é um conceito tecnocrático, mas, político!


por Márcio Franco

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sociólogos divergem sobre criação de Conselho Federal de Ciências Sociais

Comissão de Trabalho debateu a criação de conselho para sociólogos, antropólogos e cientistas políticos.

Sociólogos divergiram, nesta terça-feira, sobre a criação de Conselho Federal de Ciências Sociais. Enquanto a Federação Nacional dos Sociólogos defende um órgão único para acompanhar o exercício profissional de sociólogos, antropólogos e cientistas políticos, alguns sindicatos discordaram da necessidade de um conselho interdisciplinar. O tema foi discutido em audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Para o presidente da federação dos sociólogos, Ricardo Antunes, a luta por um conselho voltado às Ciências Sociais tem mais força política do que um eventual encaminhamento por categoria. Antunes argumenta que a criação de um órgão único poderia auxiliar, inclusive, a regulamentação das profissões de antropólogo e cientista político. Hoje apenas os sociólogos têm o exercício profissional regulamentado e, mesmo assim, enfrentam problemas, segundo Antunes.

"Com a criação do nosso conselho, a gente quer a garantia e ampliação do nosso mercado de trabalho”, disse Ricardo Antunes. “Existe muito trabalho hoje de pesquisa e diagnóstico que está sendo feito por outros profissionais, que não têm a competência, que não estudaram as disciplinas que orientam nosso curso e que nos permitem coletar dados, analisar informação, criar indicadores sociais."

Identidade profissional

Mas o presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro, Nilton de Souza Neto, discorda. Ele avalia que a criação de um Conselho Federal de Ciências Sociais diluiria a identidade profissional de cada categoria.

"A área de Ciências Sociais é uma área temática do conhecimento dentro da universidade. Não está identificada como profissão”, argumenta Nilton de Souza Neto. Segundo ele, na atualidade, “a Sociologia está se consolidando como profissão no meio privado e estatal e não meramente universitário”.

Ele ressalta que, nesse momento de consolidação, “que seria uma oportunidade de discutir uma proposta de criação de seu próprio conselho, vem uma proposta sem base de discussão ampliada, em que se pode prejudicar e diluir a identidade da Sociologia para uma abstração chamada Ciências Sociais, que nem a Antropologia e, acredito, tampouco a Ciência Política se veem representadas nessa proposta."

As associações brasileiras de Ciências Políticas e de Antropologia foram convidadas para o debate, mas não mandaram representantes.

Construção de consenso

O presidente da Comissão de Trabalho, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), informou que o colegiado tentará ajudar na construção de um consenso entre sociólogos, antropólogos e cientistas políticos. Ele avalia que a criação de conselhos não apenas fortalece as profissões como traz benefícios à sociedade, ao fiscalizar e cobrar o correto exercício profissional.



"Tanto a regulamentação das profissões quanto a criação do conselho são fundamentais, porque o conselho, embora seja um órgão mais normativo, fiscalizador, ele dá as diretrizes e faz a defesa da categoria também”, disse Bala Rocha. “O cidadão fica protegido quando você tem um conselho forte e atuante."

Interdisciplinaridade

A criação de um conselho profissional multidisciplinar para as Ciências Sociais conta com o apoio do também sociólogo Luiz Curi, representante do Conselho Nacional de Educação no debate. Curi avaliou que a flexibilidade e interdisciplinaridade hoje presentes na grade curricular de cursos de Antropologia, Sociologia e Ciência Política devem se refletir no exercício profissional.

"Isso não significa perda de identidade, porque essa é a nossa identidade”, afirmou Curi. “A especificidade das Ciências Sociais é, inclusive, o de ensinar às outras áreas a interdicisplinaridade."

Projeto de lei

A criação de conselhos profissionais deve ser feita por projeto de lei encaminhado ao Congresso pelo Executivo. Ainda não há proposta nesse sentido. A Federação Nacional dos Sociólogos faz um abaixo-assinado virtual para encaminhar ao governo a reivindicação.


Agência Câmara 18/12/2012
Correio Brasiliense 18.12.2012

Link Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=6-OdUn_DZdY&feature=youtu.be


Comissão aprova competência exclusiva para ensinar sociologia


A Comissão de Educação e Cultura aprovou nesta quarta-feira (5) o Projeto de Lei 1446/11, do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que estabelece a competência exclusiva para o ensino da Sociologia aos licenciados em Sociologia, Sociologia Política ou Ciências Sociais. A proposta altera a Lei 6.888/80, que dispõe sobre a profissão de sociólogo.

Segundo o autor do projeto, como a lei não previu exclusividade para o sociólogo no ensino da disciplina, outros profissionais tem tomado esse espaço tanto no ensino médio como no superior. O parecer do relator, deputado Luiz Noé (PSB-RS), foi favorável, com emenda. Ele propõe prazo de cinco anos para que os sistemas de ensino se adaptem à medida.

“É preciso dar um prazo mínimo para que os sistemas de ensino possam se adequar às mudanças introduzidas, sobretudo porque muitas escolas de ensino médio ainda não dispõem de professores qualificados e habilitados ao exercício do magistério em Sociologia”, argumenta.

De caráter conclusivo, a proposta será analisada agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

• PL-1446/2011

FONTE: 'Agência Câmara Notícias'



Dia do Professor: Por valorização e nenhum direito a menos

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