sábado, 30 de novembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Seminário: Rearticulando Gênero e Classe Social: 80 Anos de Heleieth Saffioti
Seminário Rearticulando Gênero e Classe Social: 80 Anos de Heleieth Saffioti/ Lançamento da Nova Edição do Livro “A Mulher na Sociedade de Classes: Mito e Realidade”, de Saffioti
Leila Linhares – Coordenadora da ONG Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (CEPIA) e amiga de Saffioti
Lília Pougy – Professora da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ
Renata Gonçalves – Professora do curso de serviço social da UNIFESP/Baixada Santista e coordenadora do Núcleo de Estudos Heleieth Saffioti (NEHS)
Mediação:
Anna Marina Barbará – Professora do Departamento de Ciência Política do IFCS/UFRJ e coordenadora do Laboratório Estudos de Gênero (LEG)
Dia 05/12, às 14h
IFCS/UFRJ – Sala 106
Largo São Francisco de Paula, nº 01 – Centro – Rio de Janeiro – RJSerão emitidos certificados aos participantes.
Horário: 14:00 - 17:00
Largo São Francisco de Paula, 1
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro CEP
Inscrições no dia e local.
Organização: Laboratório de Estudos de Gênero (LEG)
Contamos com a presença de todos!
Detalhes do evento:
Dia(s): 05/12/2013
Entrevista de David Harvey, publicada na Folha de São Paulo.
GEÓGRAFO DIZ QUE A CRISE MUNDIAL AMPLIOU A CONCENTRAÇÃO DA RIQUEZA E CRITICA GASTOS DO BRASIL COM COPA E OLIMPÍADA
O projeto neoliberal é privatizar e transformar tudo em mercadoria. No seu fracasso em realizar promessas de eficiência estão as raízes dos protestos que eclodem pelo mundo e no Brasil. Partidos convencionais, reféns do capital internacional, não conseguem canalizar a raiva das ruas. Não há ideias novas, e as manifestações vão continuar.
A análise é do geógrafo marxista britânico David Harvey, 78. Professor da Universidade da Cidade de Nova York, ele ataca os "oligarcas globais" e afirma que os bilionários foram os que mais ganharam com a crise.
Crítico de megaeventos como Copa e Olimpíada, ele diz que os governos são muito influenciados pelo capital financeiro: "Esses eventos são sobre a acumulação de capital através de desenvolvimento de infraestrutura. Os pobres tendem a sofrer, e os ricos tendem a ficar mais ricos".
A partir de sexta Harvey irá a debates no Brasil sobre o lançamento de seu livro Os limites do capital e da coletânea Cidades Rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil.
Qual sua avaliação sobre a situação mundial?
É muito mutante e volátil. Está tão perigosa quanto sempre foi. O que me surpreende é que não há novas ideias. As receitas propostas aprofundam o modelo neoliberal ou tentam desenvolver alguma forma de keynesianismo. Ambas opções me parecem muito frágeis.
É muito mutante e volátil. Está tão perigosa quanto sempre foi. O que me surpreende é que não há novas ideias. As receitas propostas aprofundam o modelo neoliberal ou tentam desenvolver alguma forma de keynesianismo. Ambas opções me parecem muito frágeis.
O sr. disse à Folha em 2012 que a crise deveria aprofundar a concentração de capital e as desigualdades. Isso ocorreu?
Sim. Todos os dados mostram que o número de bilionários cresceu no mundo. Foi o grupo que melhor se saiu melhor na crise, enquanto todos os outros ou permaneceram estagnados ou perderam. O crescimento principal está sendo canalizado para o 1% mais rico da população mundial. É preciso haver uma redistribuição de renda globalmente e entre classes. O clube dos bilionários é que é o problema. Oligarcas globais controlam potencialmente ¾ da economia global. Meu ponto é: vamos para crescimento zero, sem canalizar o crescimento para eles e, ao mesmo tempo, devemos fazer uma redistribuição.
Sim. Todos os dados mostram que o número de bilionários cresceu no mundo. Foi o grupo que melhor se saiu melhor na crise, enquanto todos os outros ou permaneceram estagnados ou perderam. O crescimento principal está sendo canalizado para o 1% mais rico da população mundial. É preciso haver uma redistribuição de renda globalmente e entre classes. O clube dos bilionários é que é o problema. Oligarcas globais controlam potencialmente ¾ da economia global. Meu ponto é: vamos para crescimento zero, sem canalizar o crescimento para eles e, ao mesmo tempo, devemos fazer uma redistribuição.
Nesse cenário haveria uma guerra, não?
Olhando para o que está acontecendo nas ruas se pode pensar que esse tipo de coisa não está tão longe assim.
Olhando para o que está acontecendo nas ruas se pode pensar que esse tipo de coisa não está tão longe assim.
Qual sua visão dos protestos pelo mundo? O sr. defendeu a criação de um "partido da indignação" para lutar contra o "partido de Wall Street". Como essa ideia evoluiu?
Os movimentos não estão indo muito bem. O poder político se moveu rapidamente para tentar reprimir os protestos. Há também muitas divisões entre os movimentos. Sobre o futuro, é muito difícil prever. A situação é muito volátil para os movimentos.
Os movimentos não estão indo muito bem. O poder político se moveu rapidamente para tentar reprimir os protestos. Há também muitas divisões entre os movimentos. Sobre o futuro, é muito difícil prever. A situação é muito volátil para os movimentos.
E sobre os protestos no Brasil?
Existe uma desilusão generalizada do processo político. As pessoas estão começando a discutir como modificar os piores aspectos da exploração capitalista. Há também uma alienação, que leva a alguma passividade, que é interrompida ocasionalmente por explosões de raiva. O nível de frustração por todo o mundo está muito alto agora. Não surpreende que essas manifestações ocorram. O problema é canalizar essa raiva para movimentos políticos que tenham um projeto. Prevejo mais explosões de raiva nos próximos anos – no Egito, na Suécia, no Brasil etc.
Existe uma desilusão generalizada do processo político. As pessoas estão começando a discutir como modificar os piores aspectos da exploração capitalista. Há também uma alienação, que leva a alguma passividade, que é interrompida ocasionalmente por explosões de raiva. O nível de frustração por todo o mundo está muito alto agora. Não surpreende que essas manifestações ocorram. O problema é canalizar essa raiva para movimentos políticos que tenham um projeto. Prevejo mais explosões de raiva nos próximos anos – no Egito, na Suécia, no Brasil etc.
Há conexão entre esses movimentos?
Sim, cada um tem suas demandas específicas, mas há problemas de base provocados pela natureza autocrática do neoliberalismo, que virou um padrão para o comportamento político. Ele não é satisfatório para a massa da população e fracassou em entregar o que prometeu. Há uma crise na governança democrática e uma raiva contra as formas tomadas pelo capitalismo. No norte da África os protestos foram parcialmente sobre a alta nos preços da comida. Isso diz respeito ao poder do agronegócio e à especulação com as commodities, causas da alta dos preços.
Sim, cada um tem suas demandas específicas, mas há problemas de base provocados pela natureza autocrática do neoliberalismo, que virou um padrão para o comportamento político. Ele não é satisfatório para a massa da população e fracassou em entregar o que prometeu. Há uma crise na governança democrática e uma raiva contra as formas tomadas pelo capitalismo. No norte da África os protestos foram parcialmente sobre a alta nos preços da comida. Isso diz respeito ao poder do agronegócio e à especulação com as commodities, causas da alta dos preços.
No Brasil os protestos estouraram por causa da alta nas tarifas de ônibus. Como especialista em questões urbanas, como o sr. avalia o problema?
O projeto neoliberal é privatizar e transformar tudo em mercadoria. Tudo vira objeto das forças do mercado. Dizem que essa é a forma mais eficiente de prover bens e serviços para uma população. Mas, na verdade, é uma maneira muito eficiente de um grupo da população reunir uma grande soma de riqueza às custas de outro grupo da população – sem entregar, de fato, bens e serviços (transporte, comida, casas etc.). Essa é uma das razões do descontentamento da população. Por isso, explodem manifestações de raiva em diferentes lugares e em diferentes direções políticas. Há uma situação de fundo que dá uma visão comum às batalhas, embora cada uma delas seja específica e diferente. No Brasil foi o custo do transporte. Em outros lugares é preço da comida, da habitação etc.
O projeto neoliberal é privatizar e transformar tudo em mercadoria. Tudo vira objeto das forças do mercado. Dizem que essa é a forma mais eficiente de prover bens e serviços para uma população. Mas, na verdade, é uma maneira muito eficiente de um grupo da população reunir uma grande soma de riqueza às custas de outro grupo da população – sem entregar, de fato, bens e serviços (transporte, comida, casas etc.). Essa é uma das razões do descontentamento da população. Por isso, explodem manifestações de raiva em diferentes lugares e em diferentes direções políticas. Há uma situação de fundo que dá uma visão comum às batalhas, embora cada uma delas seja específica e diferente. No Brasil foi o custo do transporte. Em outros lugares é preço da comida, da habitação etc.
Em São Paulo há também a discussão sobre o aumento do imposto sobre propriedade urbana. Isso também evidencia uma luta social?
Vamos chamar de luta de classes. Ela está mais evidente, mas muitas pessoas não gostam de falar sobre isso.
Vamos chamar de luta de classes. Ela está mais evidente, mas muitas pessoas não gostam de falar sobre isso.
Partidos tradicionais foram pegos de surpresa no Brasil. Mas os movimentos não têm organização própria. Como isso pode se transformar em forças políticas organizadas?
Se eu tivesse essa resposta, não estaria falando com você agora. Estaria lá fora fazendo. A situação agora reflete a alienação das pessoas em relação a praticamente todos os partidos políticos e a sua desilusão com o processo político. Nos EUA, o Congresso tem uma taxa de aprovação de 10%. Nessa circunstância, as pessoas não vão canalizar o seu descontentamento para o processo político, pois não enxergam esperança nisso. Por isso, há essa raiva. E assim as coisas vão continuar.
Se eu tivesse essa resposta, não estaria falando com você agora. Estaria lá fora fazendo. A situação agora reflete a alienação das pessoas em relação a praticamente todos os partidos políticos e a sua desilusão com o processo político. Nos EUA, o Congresso tem uma taxa de aprovação de 10%. Nessa circunstância, as pessoas não vão canalizar o seu descontentamento para o processo político, pois não enxergam esperança nisso. Por isso, há essa raiva. E assim as coisas vão continuar.
O sr. concorda com a visão de que partidos de todos os matizes caminharam para a direita e que a esquerda se diluiu em ONGs e estruturas voláteis?
Há internacionalmente uma ortodoxia econômica, que é reforçada pelos movimentos do capital internacional. Os partidos políticos convencionais se tornaram reféns desse poder.
Há internacionalmente uma ortodoxia econômica, que é reforçada pelos movimentos do capital internacional. Os partidos políticos convencionais se tornaram reféns desse poder.
Isso acontece com o PT?
Isso é para o julgamento de seus leitores. Noto que há uma desilusão sobre o PT entre seus próprios integrantes.
Isso é para o julgamento de seus leitores. Noto que há uma desilusão sobre o PT entre seus próprios integrantes.
O sr. está escrevendo um livro sobre as contradições do capitalismo. Qual é a principal?
Estão mais restritas as condições que o capital tem para crescer. É muito difícil achar novos lugares para ir e novas atividades produtivas que possam absorver a enorme quantidade de capital que está buscando atividades lucrativas. Em consequência muito capital vai para atividades especulativas, patrimônio, compra de terras, commodities. Criam-se bolhas.
Estão mais restritas as condições que o capital tem para crescer. É muito difícil achar novos lugares para ir e novas atividades produtivas que possam absorver a enorme quantidade de capital que está buscando atividades lucrativas. Em consequência muito capital vai para atividades especulativas, patrimônio, compra de terras, commodities. Criam-se bolhas.
O sr. escreveu que é cada vez mais difícil encontrar o inimigo. Quem é o inimigo?
O inimigo é um processo, não uma pessoa. É um processo de circulação de capital que entra e sai de países. Quando decide entrar, há um "boom"; quando decide sair, há uma depressão. Por isso é necessário controlar esse processo de circulação. O Brasil tem possibilidades limitadas, porque o capital pode simplesmente desaparecer.
O inimigo é um processo, não uma pessoa. É um processo de circulação de capital que entra e sai de países. Quando decide entrar, há um "boom"; quando decide sair, há uma depressão. Por isso é necessário controlar esse processo de circulação. O Brasil tem possibilidades limitadas, porque o capital pode simplesmente desaparecer.
No início o Brasil parecia estar indo bem na crise. Agora estamos travados. O que deu errado?
Houve mudanças modestas no Brasil no sentido de redistribuir renda, como o Bolsa Família. Mas é necessário fazer muito mais. Muito dos gastos em enormes projetos de infraestrutura ligados à Copa do Mundo e à Olimpíada são uma perda de dinheiro e de recursos. As pessoas se perguntam por que o país está fazendo todos esses investimentos para a Fifa ter um grande lucro. Para o resto do mundo é surpreendente ver brasileiros se revoltando contra novos estádios de futebol.
Houve mudanças modestas no Brasil no sentido de redistribuir renda, como o Bolsa Família. Mas é necessário fazer muito mais. Muito dos gastos em enormes projetos de infraestrutura ligados à Copa do Mundo e à Olimpíada são uma perda de dinheiro e de recursos. As pessoas se perguntam por que o país está fazendo todos esses investimentos para a Fifa ter um grande lucro. Para o resto do mundo é surpreendente ver brasileiros se revoltando contra novos estádios de futebol.
Copa e Olimpíada não fazem bem para o país?
A Grécia está em dificuldades em parte por causa do que foi feito em razão da Olimpíada de Atenas. Muitas cidades olímpicas nos EUA entraram em dificuldades financeiras.
A Grécia está em dificuldades em parte por causa do que foi feito em razão da Olimpíada de Atenas. Muitas cidades olímpicas nos EUA entraram em dificuldades financeiras.
Como o sr. explica o poder da Fifa e do COI?
É como qualquer poder monopolista: extrai o máximo do que se tem a oferecer. Os governos são muito influenciados pelo capital financeiro. Esses eventos são sobre a acumulação de capital através de desenvolvimento de infraestrutura, de urbanização. Envolvem também despossuir pessoas, removendo-as de suas residências para abrir espaço aos megaprojetos. Os pobres tendem a sofrer, e os ricos tendem a ficar mais ricos.
É como qualquer poder monopolista: extrai o máximo do que se tem a oferecer. Os governos são muito influenciados pelo capital financeiro. Esses eventos são sobre a acumulação de capital através de desenvolvimento de infraestrutura, de urbanização. Envolvem também despossuir pessoas, removendo-as de suas residências para abrir espaço aos megaprojetos. Os pobres tendem a sofrer, e os ricos tendem a ficar mais ricos.
Como o sr. analisa a situação política na America Latina?
Politicamente houve, na superfície, um tipo de política antineoliberal. Mas não houve nenhum verdadeiro grande desafio para o grande capital. Há discursos anti-FMI. Mas, de outro lado, o Brasil está ofertando a exploração de seu petróleo para empresas estrangeiras, por exemplo. Não é profunda a tentativa de ir realmente contra as fundações do capitalismo neoliberal. É uma política antiliberal só na superfície, na retórica. Mas há alguns elementos, como o Bolsa Família, que não fazem parte da lógica neoliberal. Mesmo a Venezuela não vai muito longe em realmente desafiar os interesses do capital.
Politicamente houve, na superfície, um tipo de política antineoliberal. Mas não houve nenhum verdadeiro grande desafio para o grande capital. Há discursos anti-FMI. Mas, de outro lado, o Brasil está ofertando a exploração de seu petróleo para empresas estrangeiras, por exemplo. Não é profunda a tentativa de ir realmente contra as fundações do capitalismo neoliberal. É uma política antiliberal só na superfície, na retórica. Mas há alguns elementos, como o Bolsa Família, que não fazem parte da lógica neoliberal. Mesmo a Venezuela não vai muito longe em realmente desafiar os interesses do capital.
Os EUA não perderam posições na região?
Os EUA estão mais fracos na América Latina, em parte porque o crescimento da região foi mais orientado para a o comércio com a China, que ampliou o seu papel imensamente. De muitas formas, a economia na América Latina é muito mais sensível ao que ocorre na economia chinesa do que na norte-americana.
Os EUA estão mais fracos na América Latina, em parte porque o crescimento da região foi mais orientado para a o comércio com a China, que ampliou o seu papel imensamente. De muitas formas, a economia na América Latina é muito mais sensível ao que ocorre na economia chinesa do que na norte-americana.
OS LIMITES DO CAPITAL
AUTOR David Harvey
EDITORA Boitempo (2013)
QUANTO R$ 79 (592 págs.)
AUTOR David Harvey
EDITORA Boitempo (2013)
QUANTO R$ 79 (592 págs.)
CIDADES REBELDES
AUTORES David Harvey, Ermínia Maricato, Mike Davis, Ruy Braga, Slavoj Zizek e outros
EDITORA Boitempo
QUANTO R$ 10 (112 págs.)
AUTORES David Harvey, Ermínia Maricato, Mike Davis, Ruy Braga, Slavoj Zizek e outros
EDITORA Boitempo
QUANTO R$ 10 (112 págs.)
fonte: Boitempo Editorial
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
CNTE entregará uma carta aos deputados sobre o reajuste do piso nacional do magistério.
Numa prévia da Ocupação do Congresso, mobilização nacional contra o
INPC e contra a proposta dos Governadores para reajuste do piso nacional
do magistério, que será realizada em 4/12, a CNTE divulga carta em que
pressiona os parlamentares a não sacramentarem o INPC como instrumento
de reajuste do piso salarial profissional nacional do magistério, e a
evitar a aprovação da proposta dos governadores, que rebaixa a
perspectiva de valorização do piso e das carreiras, e inviabiliza o
cumprimento da meta 17 do projeto de PNE.
O Ato de Ocupação do Congresso Nacional do dia 4/12 deve reunir 2 mil
pessoas na Esplanada. A carta aos parlamentares, que você lê abaixo,
será entregue pessoalmente aos deputados federais, nos estados, como
atividade de preparação para a mobilização.
VOTE CONTRA O INPC
VOTE CONTRA A PROPOSTA DOS GOVERNADORES PARA REAJUSTE DO PISO
NACIONAL DO MAGISTÉRIO
VOTE CONTRA A PROPOSTA DOS GOVERNADORES PARA REAJUSTE DO PISO
NACIONAL DO MAGISTÉRIO
Senhor (a) Deputado (a):
Desde a tramitação do projeto que deu origem à lei que regulamentou o
piso salarial profissional nacional do magistério público da educação
básica, e, posteriormente, durante o trâmite da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI 4.167) no Supremo Tribunal Federal, que
julgou a Lei 11.738 integralmente constitucional, a CNTE, ao lado de
seus parceiros da sociedade civil e do próprio Congresso, atuou
ativamente em defesa dos princípios da valorização profissional contidos
na Lei do Piso.
Não obstante o piso continuar aquém do necessário para se resgatar o
valor social da profissão de professor(a) – o que requer aumentos
sucessivos e substanciais de sua referência monetária–, a Lei 11.738
conjuga três elementos que não podem ser desprezados pelos
gestores públicos, sob pena de tornar inócuos os objetivos da
valorização profissional. São eles: (i) a referência de valor mínimo
para os vencimentos básicos nos planos de carreira de estados
e municípios; (ii) a vinculação do piso ao nível elementar da
habilitação para o magistério, possibilitando o contínuo aperfeiçoamento
dos profissionais com a devida contraprestação na carreira; e (iii) a
estipulação de limites para a jornada de trabalho com tempo dedicado
às atividades extraclasse.
Diante do papel do Congresso Nacional de fiscalizar e aperfeiçoar as
leis, chamamos a atenção de Vossa Excelência para o fato de que, após 5
anos de vigência da Lei 11.738, o piso do magistério corresponde à
quantia de pouco mais de dois salários mínimos, e que muitos gestores
continuam descumprindo a Lei, não por escassez de recursos como costumam
alegar – pois em muitos casos as verbas constitucionalmente vinculadas à
educação nem são utilizadas em sua totalidade –, mas por total
descompasso na organização dos sistemas de ensino, por desvios de função
das receitas educacionais e/ou por manter o fosso salarial
entre carreiras de servidores públicos, onde geralmente a educação
permanece entre as últimas
colocadas.
colocadas.
A valoração do piso nacional do magistério é uma das condições
essenciais para manter os atuais docentes nas redes de ensino, bem como
para atrair a juventude para a profissão. O Brasil já enfrenta falta de
professores em inúmeras áreas, e o problema tende a se agravar caso não
se invista imediatamente na profissão, valorizando a carreira docente e
dos demais trabalhadores escolares, promovendo a formação inicial e
continuada com qualidade e garantindo condições de trabalho dignas e
adequadas ao aprendizado dos estudantes.
Desde 2011, quando a Comissão de Finanças e Tributação dessa Casa
aprovou o PL 3.776/08, o qual visa instituir o INPC-IBGE como único
instrumento de reajuste do piso – projeto que a CNTE conseguiu sobrestar
por meio de recurso parlamentar interposto à Presidência da Câmara – a
Confederação, através de suas instâncias democráticas de deliberação,
mostrou-se aberta ao diálogo e debateu com a Comissão Especial, criada
para sugerir alternativas ao PL 3.776, uma proposta que mantivesse a
perspectiva de valorização do magistério à luz da meta 17 do projeto de
Plano Nacional de Educação.
Em considerando os fatos expostos, a CNTE e seus sindicatos filiados
solicitam o apoio de Vossa Excelência para que não vote pelo
congelamento do piso do magistério, através da instituição do INPC como
política de reajuste, tampouco acate a proposta dos governadores, que
rebaixa sobremaneira a previsão de valorização do piso e das carreiras
do magistério em todo país.
Os(As) trabalhadores(as) em educação têm compromisso com a qualidade
da escola pública, porém não tolerarão nenhum golpe contra a política do
piso salarial nacional, prioritária nos palanques eleitorais mas pouco
prestigiada em sua concretude.
Diretoria Executiva da CNTE e Sindicatos Filiados
4 DE DEZEMBRO DE 2013
ATO DE OCUPAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL
PELOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO
ATO DE OCUPAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL
PELOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO
fonte: CNTE
Seminário de Educação da CTB
No próximo dia 30 de novembro,
sábado, das 9 às 13 horas, no ISERJ - Instituto Superior de Educação,
Rua Mariz e Barros, 273, sala 133, térreo, Tijuca, a CTB - Educação
estará realizando o seu I Seminário de Educação. Pauta: Análise
de conjuntura, balanço das lutas dos profissionais de educação do Rio de
Janeiro, organização do Núcleo da CTB-Educação e lançamento da primeira
edição do nosso Boletim da Educação.
Contamos com a presença de todos/as.
Contamos com a presença de todos/as.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Programa Grande Méier Com Amigos
Segue o link do programa Grande Méier Com Amigos
Terças, Quintas e Sábados, às 8:00AM e 8:00PM.
Esta semana, entrevista com cantor e compositor Reinaldo Vargas, diretor da Cia de Arte CADÊ.
http://www.transameiernewsfm.com.br/
Foto: Reinaldo Vargas
Terças, Quintas e Sábados, às 8:00AM e 8:00PM.
Esta semana, entrevista com cantor e compositor Reinaldo Vargas, diretor da Cia de Arte CADÊ.
http://www.transameiernewsfm.com.br/
Foto: Reinaldo Vargas
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Dia do Professor: Por valorização e nenhum direito a menos
Foto: Freepik. Publicado 15/10/2023 - Atualizado 11/10/2023 No dia 15 de outubro, celebramos o Dia do Professor como uma data de luta, ref...
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