segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Não pode ser demolida a Escola Silveira Sampaio em Curicica

Situada em Curicica, a Escola Municipal Silveira Sampaio, que é uma das poucas escolas da Prefeitura do Rio de Janeiro que oferece atividades esportivas, artísticas e culturais para os estudantes da rede, está ameaçada de acabar. Tudo por causa da “TransOlímpica”, corredor expresso que ligará a Barra a Deodoro, ao longo de 26km de via expressa, cortando bairros como Curicica, Deodoro e Sulacap. O seu traçado original prevê a demolição do prédio da Silveira Sampaio.

A escola tem um Núcleo Esportivo que oferece escolas de futebol de salão, handball e tênis de mesa. Atende à comunidade com aulas de ginástica, além da escola de Atletismo e levantamento de peso.

O Núcleo de Arte Silveira Sampaio faz parte do Programa de Extensão Educacional da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e tem por objetivo trabalhar as diferentes linguagens artísticas (Dança, Música, Teatro, Artes Visuais, Literatura e Vídeo) com alunos da rede pública e da comunidade.

A idéia central que norteou a filosofia do núcleo, desde a sua criação em 1992, foi a montagem de espetáculos que reunissem as várias linguagens num fazer artístico que fortalecesse a identidade cultural desses jovens, bem como sua auto-estima e sua transformação em cidadãos mais participantes e integrados à sociedade.

O grande idealizador dos núcleos esportivo e de arte foi o ex-diretor, Professor Carlos Roberto da Costa, desaparecido em 19 de junho do ano passado.

O trabalho realizado na escola é reconhecido por toda a rede pública, pela Secretaria de Cultura do Estado e pelo Ministério dos Esportes.

Infelizmente, a política do “bota abaixo” do atual prefeito ameaça mais uma importante unidade escolar da rede municipal. Vários representantes da prefeitura já estiveram no local, contudo, não deixaram claro qual será o destino da escola. Mas, a comunidade está atenta e vai se mobilizar. Jacarepaguá não deixará a Escola Silveira Sampaio acabar!

Márcio Franco

Sociólogo, professor, morador da Praça Seca

Publicado no Jornal Abaixo Assinado de Jacarepaguá, ano 8, n.º 54, fevereiro/2013

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Educador destaca poder do currículo oculto para "dizer não"

Para Michael Apple, da Universidade de Wisconsin, professor precisa ser perturbado a recusar ofensiva conservadora na educação.

Katarina Ribeiro Peixoto 30/07/2004

Porto Alegre - Passamos muito tempo denunciando o neoliberalismo e não conseguimos perceber que a direita mudou. E é preciso aprender com a direita, não regressivamente, mas progressivamente. A direita compreendeu que precisa mudar e para isso resolveu apoderar-se das expressões e palavras que sempre estiveram com a esquerda, como democracia, participação, solidariedade etc. O resultado dessa apropriação é a dissolução do sentido dessas coisas, inclusive para aqueles que se consideram democráticos. A avaliação é do professor de ensino e currículo de políticas educacionais da Universidade de Wisconsin, Michael Apple, que, durante conferência no Fórum Mundial de Educação, propôs um conjunto de problemas que desafiam a pauta comum dos debates sobre educação e poder. Segundo ele, o problema do poder, como dominação hegemônica, não é tratado como algo estranho às escolas, que se lhes impõe de fora para dentro. Tampouco como se fosse um desconhecido dos próprios professores, uma vez que estes se considerem democráticos.

Apple iniciou sua fala pedindo desculpas ao público pelo governo e pelo sistema educacional de seu país. "Chamamos nosso presidente de nosso residente. Ele pede desculpas por não se encontrar aqui, mas é que ele é presidente e não tem tempo para debater conosco. Mas tenho certeza que ele está nas suas mentes, tanto como na minha". Ao contrário de um mero show retórico, Apple ofereceu um espetáculo de coerência argumentativa e performativa, raramente presente nos debates da esquerda. O ponto de partida de sua argumentação, explicada minuciosamente, na segunda conferência do III FME (Conhecimento, Poder e Emancipação) foi uma provocação. O que o interessa, afinal, não é dizer aos professores o que fazer com suas dificuldades, oferecendo-lhe receitas, mas desafiá-los, perturbá-los e convocá-los a dizer "não", coletiva e organizadamente, à doutrina oficial imposta por uma direita mais conservadora, mais criativa e ainda mais poderosa.

Onde está o poder?

Para isso, considerou a seguinte situação: ele, pesquisador já há alguns anos afastado das salas de aula com crianças e jovens, retorna a uma sala de aula numa favela com um problema matemático de difícil solução. Então, um aluno se levanta e diz que sabe resolvê-lo. "Eu reajo com surpresa. Sei que esse aluno, que parte de uma favela, que não teve as mínimas condições de aprendizado, não poderia dar conta desse problema. Pois o que pergunto é: reagiria da mesma forma numa escola que atendesse a alunos de classe média? Não". Isso de fato ocorreu, na África do Sul, poucos anos atrás, numa pesquisa de campo do professor. E é desse juízo prévio dos professores que Apple se ocupa, para tratar a educação como um ato essencialmente político.

A educação é um ato político, segundo ele, sob vários aspectos. E para compreender as mudanças de rumo da educação é preciso ter em conta essa sua característica central. Se a educação é um ato político, é, afinal, um centro de irradiação de poder. Mas isso não é simples. "Nos acostumamos com uma divisão entre conhecimento oficial e seu outro, o conhecimento popular", onde um conjunto de conhecimentos é considerado "oficial" porque é dominante, observa o professor norte-americano. "Mas o que me ocupa, aqui, é o ‘currículo oculto‘", esse que habita as mentes e comportamentos dos professores em sala de aula, na escola e na sociedade. E é nesse contexto que o exemplo acima faz sentido. Pois bem, em que sentido a educação é essencialmente um ato político? E quais as relações de força que estão condicionando as mudanças na educação hoje?

Para Apple, a educação tem funcionado com um meio de selecionar as pessoas através de uma suposta "pacificação” das diferenças entre elas. A educação, em segundo lugar, é também um cenário no qual as mulheres têm desempenhado um papel fundamental. Além disso, a educação tem sido, especialmente nos EUA, vilipendiada por cortes orçamentários de vulto, em favor do alto financiamento armamentista do país. "Mas há ainda uma última forma em que a educação é política: quem tem a voz, quem está fazendo a educação. E é por isso que Porto Alegre está dando um exemplo para o mundo". Para o professor, o Brasil se tornou um professor-mundo. "Especialmente nesta cidade, onde políticas importantes estão sendo construídas. Por isso, insisto que lembremos do que está sendo feito aqui". Mas essas não são questões novas, disse Apple, não são problemas nem soluções desconhecidas para os educadores.

O novo "guarda-chuva" neoliberal

O que é novo, segundo ele, é o modo como a direita tem atuado em relação à educação. E alertou: "Se quisermos mudar, temos de analisar como a direita funciona e como eles chegaram ao sucesso. A direita sabe que para vencer no Estado precisa vencer na educação. Infelizmente, a direita entendeu melhor isso que a esquerda. A direita compreendeu que precisa mudar". Mas, como se deu esse "aprendizado" dos setores dominantes? Apple propôs uma metáfora de um guarda-chuva para explicitar essa mudança. "Os grupos dominantes têm um esforço de consenso via educação: alcançar o entendimento real das pessoas. E a direita tem sido extremamente criativa nisso. Até porque os grupos dominantes perceberam muito bem que estava chovendo fora do seu guarda-chuva." Mas em que consiste, exatamente, o guarda-chuva ideológico da direita? Para o professor, esse guarda-chuva contém quatro poderosos grupos: os neoliberais dos anos 90, os neoconservadores, que não abdicam, nem discursivamente, do Estado, os populistas autoritários e o que chama de a nova classe média profissional.

O primeiro grupo se caracteriza por um conjunto de poderosas crenças simples. Assim, a administração pública se apresenta como um buraco negro, onde o investimento se dá, sempre, a fundo perdido. Acreditam na ficção de um Estado fraco, mas querem um Estado forte para assegurar os mercados e controlar a visão das pessoas. Essa concepção, predominante nos anos 90, gerou um estado de coisas que Apple descreve assim: "Nos EUA eles estão muito interessados hoje em dar comida, cobertores e abrigo aos pobres, principalmente aos negros pobres. Por isso, estão encarcerando todos os que não participam da sua ficção". O segundo grupo é o dos neoconservadores. Eles acreditam num Estado forte e na "devolução da cultura ‘real‘ dos americanos para os americanos". Querem um Estado forte, com controle de conhecimento, nacionalização dos currículos (o que já está ocorrendo hoje nos EUA). Estão absolutamente centrados nos testes e avaliações nacionais segundo o currículo unificador nacional. Pretendem, assim, disseminar um conhecimento fraco, pacificador e uniformizante.

Onde Deus fala inglês
O terceiro grupo, o dos populistas autoritários, tem uma radicalidade própria. "Deus fala inglês e o capitalismo é o sistema econômico divino. Os negros são aqueles que Deus marcou". E, disse ainda o professor, "se vocês acham que isso é inconseqüente, lembrem que quem ocupa a Casa Branca hoje é desse grupo. A guerra ao Iraque, por isso, não é somente em torno do petróleo, ela gira também em torno da religião". E há também o que ele chamou de nova classe média profissional. Essa classe média, que compõe o quarto grupo de poder, se caracteriza pela atual ocupação de postos no Estado. Seu capital, segundo Apple, "é o capital da estrutura". É sua competência técnica que está ocupando lugar. Mas há um paradoxo no interior dessa imersão da classe média nas estruturas do Estado. Esse paradoxo é dado pelo alargamento do sistema educacional. Se hoje as classes populares estão contempladas de forma inédita no sistema educacional, o capital que o conhecimento da classe média representava foi fortemente desvalorizado.

Uma das conseqüências disso é, segundo Apple, que o capital dessa classe é reduzido aos sistemas de avaliação que o poder hegemônico impõe. "Hoje, o que se move em sala de aula tem de ser avaliado, medido". Essa é uma faceta do quanto o capital social da classe média está valendo menos. Por mais que se trate de uma questão parcial, o professor salientou que essa classe tende a manter, a conservar, nela, seus descendentes. E então, tende, como, inclusive, professores das redes do sistema de ensino, a perpetuar a uniformização e o controle indiscriminado a que estão se submetendo, à medida que perdem capital.

Significantes escorregadios: capitalismo na economia e comunismo na cultura

Qual a faceta mais comum desses grupos? Para Apple, o que unifica esses grupos é que eles gostam de coisas simples. Acreditam na racionalidade da economia, recusando, portanto, a necessidade da crítica social. Segundo eles, então, a democracia se trata do empoderamento de consumidores. E como fazem valer suas crenças simples? Tomando para si os significantes da crítica, para dominá-los. Isso implica tomar a democracia não como um conceito político, mas econômico. "Para eles, o mundo é um grande supermercado. Essa é uma metáfora real, assim como é real que a maioria das pessoas não pode comprar nesse grande supermercado. Elas podem, na verdade, consumir as imagens desse supermercado". A classe média, que ainda pode consumir mais que imagens, usa esse consumo também para segregar. E assim reproduz uma cultura fascista, sustenta Apple, segundo a qual o conhecimento não é real, não é "de tudo", não é do funcionamento das coisas. A força dessas idéias simples aparece na atual política educacional do governo Bush. "Temos um novo currículo nacional na minha nação, que diz que todos éramos iguais no passado. Temos o capitalismo na nossa economia e o comunismo na nossa cultura. Como se sabe, na realidade, os índios, que vieram da Sibéria, só sofreram porque foram congelados e nós, que somos muito solidários, distribuímos cobertores quando eles pegaram sarampo", ironizou Apple. E questionou: "De quem é esse currículo? De quem é esse passado?"

A esperança nos professores do mundo

"Nos EUA reclamamos que não há fundos para a educação. A maior nação não tem isso. Nesta cidade também não tem isso." Mas, observou: "nós estamos na cidade da escola cidadã, do Orçamento Participativo. Então, vocês podem ensinar ao mundo como interromper o neoliberalismo. E eu gostaria de agradecer-lhes por vocês serem os professores do mundo". E, concluiu sua fala com uma simples recomendação: organizar-se coletivamente, não ficar sozinhos, não sucumbir à desagregação das "pacificações" do consumo imagético para, de maneira clara e tão simples como o faz a direita, dizer "não".

Michael Apple é autor dos seguintes livros: Ideologia e Currículo (Brasiliense); Educação e Poder; Trabalho Docente e Textos (Artes Médicas); Conhecimento Oficial (Vozes); Política Cultural e Educação (Cortez) e, também, Educando à Direita.

*. Especial para a Agência Carta Maior

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Fórum Social Mundial Temático é encerrado com leitura da Carta de Porto Alegre

Após seis dias de palestras, seminários, reuniões e exposições, o Fórum Social Mundial Temático 2013 foi encerrado na manhã desta quinta-feira (31), na Usina do Gasômetro. Estiveram presentes representantes sindicais, entre eles a Secretária de Formação da CTB-RS, Eremi Melo, o presidente do Instituto Amigos do Fórum, Lélio Falcão, e o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Paulo Argollo.


Inicialmente foi feito um breve agradecimento a todas as entidades e movimentos sociais que contribuíram na organização e execução das atividades do FSM, onde se reuniram pessoas de todas as raças, credos, gêneros, idades e interesses a fim de trocar experiências e opiniões de maneira harmoniosa.

Durante a cerimônia de encerramento foi lida a Carta do Fórum Social Mundial Temático de Porto Alegre, que sintetiza o trabalho e as perspectivas de todos os mundos que se unem para que o Fórum aconteça: do trabalho, do voluntariado, da saúde, da igualdade racial, da juventude, da ética, dos índios e das mulheres, entre os tantos que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária.

“Se pensarmos que há 80 anos nós não tínhamos direito ao voto e hoje temos uma presidenta no Brasil, ainda assim precisamos avançar muito mais nos espaços de poder, tanto na Câmara Federal quanto nas Estaduais. Além disso, é importante lembrar que a luta pela emancipação das mulheres deve ser também dos homens.”, afirmou Silvana Conti, da União Brasileira de Mulheres.

A secretária de Formação da CTB-RS, Eremi Melo, representou o mundo do trabalho. “Concluímos mais uma etapa. Conseguimos fazer bons debates. As centrais sindicais têm demonstrado cada vez mais a sua unidade para a classe trabalhadora. Realizamos no dia 29 de janeiro uma atividade sobre o mundo do trabalho em que foi feito o possível para se abordar o assunto, apesar da tragédia que havia acontecido dois dias antes em Santa Maria.”, comentou a secretária.

A Secretária de Formação da CTB-RS, Eremi Melo, fez a leitura de parte do documento final do Fórum.Aline VargasA Secretária de Formação da CTB-RS, Eremi Melo, fez a leitura de parte do documento final do Fórum.

Na última terça-feira (29/1), representantes da CTB, CGTB, Força Sindical, Nova Central e UGT redigiram um manifesto que foi incorporado ao documento final do FSM. “As centrais sindicais que participam do FSM de Porto Alegre defendem e querem participar da construção e da execução de um projeto nacional de desenvolvimento com cidadania e valorização do trabalho. As centrais sindicais de forma unificada convocam os trabalhadores e as trabalhadoras, em geral, para participarem da Marcha em Brasília, marcada para o dia 6 de março de 2013, ocasião em que será entregue ao Governo Federal documento da classe trabalhadora que contempla os seguintes eixos: crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno, valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social, Estado como promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental, democracia com efetiva participação popular, soberania e integração internacional, direitos sindicais e negociação coletiva.”, finalizou a Secretária de Formação da CTB-RS.

Leia abaixo a Carta na íntegra:

CARTA DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL TEMÁTICO DE PORTO ALEGRE – BRASIL, AO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL DE TUNIS - TUNISIA

Os Movimentos Sociais e o Comitê Organizador do Fórum Social Mundial Temático Porto Alegre 2013 – “Democracia, Cidades, Desenvolvimento Sustentável e Trabalho Decente”, reunidos na manhã de hoje, 31 de janeiro, no Mezanino da Usina do Gasômetro, centro histórico dos Fóruns Sociais Mundiais desde 2001, aprova o que segue:

Aldeia da Paz

COEPEDE (Jorge Amado)

Urgência na aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência. As cidades sustentáveis devem ter acessibilidade universal. As mudanças de Governo não podem impedir avanços de políticas estabelecidas, tampouco desvalorizar militantes, que historicamente estão na luta por direitos, em decorrência de suas opções partidárias. Necessidade de criação de uma aliança de diferentes entidades e conselhos e buscar posturas articuladas em defesa de direitos, a partir de um discurso e uma prática afinados politicamente.

Mundo do Orçamento Participativo (Seixas)

Mundo da Água (Sergio Musskopf – FDDR-ALRS)

A água é um bem imprescindível à vida e como tal não pode haver qualquer impedimento ou restrição aos seus múltiplos uso. Os cuidados com a água em todas as suas formas são obrigações dos governos, integrados com ações da sociedade.

Mundo Ambiental (Carmem Nogueira - OAB)

Nosso mundo depende da mudança de hábitos e ações, direcionadas ao bem estar dos cidadãos, isso é viver pensando no presente e futuro. Modificar hábitos é difícil, todavia, temos que sensibilizar para que haja transformação e possamos ser mais felizes.

O desafio ambiental hoje sem dúvida é comprometer o cidadão, fazendo com que ocupe o seu espaço e seja responsável por aquilo que está comprometido, através do conhecimento e da informação.

A educação é uma forma efetiva de levar a sociedade a desfrutar de um mundo melhor, dando-lhe oportunidade de repensar a relação com valores inócuos que nos distanciam da felicidade e da paz.

A legislação está posta, devemos tornar cada cidadão um observador que conhece e fiscaliza as ações que compõem nosso cenário atual, exigindo das políticas públicas um resultado sustentável e que acompanhe as exigências da agenda local e global.

Mundo da Ética (Ivan Feloniuk – Pro-Diversitas)

Um novo mundo só é possível a partir do estabelecimento de uma nova ética, que inverta o atual pensamento individualista e calcado no lucro como deus da modernidade para uma ética que leve ao pensar no outro e nas relações sociais e busque uma forma de viver baseada no respeito ao ser e a natureza.

Mundo da Juventude (Jefferson – FS; Bem-Hur – UEE))

Os jovens reunidos no Acampamento Intercontinental da Juventude, numa vivencia de diferentes culturas, aponta a possibilidade de um mundo mais justo, ético, inclusivo e com oportunidades aos jovens.

Mundo dos Animais (Paulo Holz - ASSENAR)

Cada vez mais a consciência ambiental nos coloca que todos os habitantes do Planeta são fundamentais, neste caso alem dos humanos os animais domesticados ou não. Esta percepção é de fundamental importância na relação holística do novo mundo possível.

Mundo do Trabalho (Todas as centrais citadas)

O Mundo do Trabalho, Grupo Temático do FSM (Temático) POA, coordenado pelas Centrais Sindicais (CGTB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT) e DIEESE, reunidas em Assembléia Geral no dia 29 de Janeiro 2013 reafirmam a Agenda da Classe Trabalhadora aprovada na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT), cujo documento contempla e unifica as diversas propostas políticas e econômicas que os trabalhadores e trabalhadoras querem ver implementadas nos próximos anos. As Centrais Sindicais participantes do FSM (Temático) Porto Alegre defendem e querem participar da construção e da execução de um projeto nacional de desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho.

As Centrais Sindicais, de forma unificada, convocam os trabalhadores e as trabalhadoras em geral para a grande Marcha sobre Brasília, marcada para o dia 06 de março de 2013, ocasião em que será entregue, ao Governo Federal, o documento unificado da classe trabalhadora que contempla os seguinte eixos:

1. Crescimento com Distribuição de Renda e Fortalecimento do Mercado Interno;

2. Valorização do Trabalho Decente com Igualdade e Inclusão Social;

3. Estado como Promotor do Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental;

4. Democracia com Efetiva Participação Popular;

5. Soberania e Integração Internacional;

6. Direitos Sindicais e Negociação Coletiva.

Mundo dos Esportes (Ivana Groff – SEL)

O esporte é uma atividade necessária para todos, sendo fator de integração e inserção social, geradora de emprego e renda; fator de saúde e cultura e muitos outros, sendo portando um tema que merece cada vez mais o debate sobre o “mundo possível, desejável, necessário.”

Mundo Mineral (Lélio Falcão – COOTRAMAR)

Desde os primórdios, a atividade mineral é fator de civilização, iniciando no Período da “pedra lascada” e chegando aos novos minerais. Construção Civil, Indústria, Energia e Água (quando subterrânea) estão neste “mundo” e, com tecnologias, cuidados ambientais e planejamento adequado são fundamentais na construção do mundo socialmente justo.

Mundo da Igualdade Racial (Silvia/Antonio)

Mundo da Economia Solidária (Sergio – SAERGS)

Acreditamos na importância da defesa da preservação do conhecimento e a difusão das técnicas tradicionais de transformação da matéria prima em produtos artesanais, com o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável para milhares de famílias como uma forma alternativa de vida digna com compromisso social. Nosso desafio é afirmar a economia solidária com democracia econômica para 2014 em Porto Alegre.

Mundo da Comunicação (Jane Argollo – La Integracion)

Com os atuais recursos tecnológicos, podemos disseminar informações de forma quase instantânea para o mundo interligado. O Fórum defende o acesso aos meios de comunicação como um dos direitos fundamentais dos Seres Humanos, pois este é um fator cada vez mais forte de empoderamento político, econômico e social.

Mundo da Criança (Érica - Cataventus)

O Forinho tem sido importante local de encontro de educadores, escritores e outras pessoas que atuam com crianças, com dezenas de atividades que atuam em paralelo com os debates políticos, culturais e outros. È a contribuição destes voluntários para que no futuro, os novos líderes tenham a melhor formação possível.

Mundo da Cultura (Tais)

Centrada nos eventos musicais, mas integrando pintura, escultura, dança e outras manifestações culturais, remetem para um mundo socialmente mais inclusivo, onde todas as expressões humanas sejam reconhecidas.

Mundo da Saúde (Jussara / Débora)

No Brasil ousamos construir, depois de muita luta e intensos debates, um dos sistemas públicos de saúde mais avançados do mundo. O Sistema Único da Saúde (SUS) é referência internacional quando se trata de discutir como o Estado pode atuar neste campo. Neste contexto, o Movimento Saúde +10 lançou o desafio de coletar hum milhão e quinhentas mil assinaturas em todo o Brasil para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular que assegure o repasse de 10% das receitas correntes brutas da União para a Saúde. Vamos juntos pelo fortalecimento da saúde pública brasileira.

Mundo da Mulher (Jussara Cony - Vereadora)

"Por um Mundo de Igualdade e Paz onde a emancipação das Mulheres seja considerada estruturante para o Projeto Nacional de Desenvolvimento com Sustentabilidade Ambiental. Defesa de todas as Reformas Democráticas, com destaque à Educação (com destinação de 10% do Pre-Sal) e a Politica, com financiamento público e lista pré-ordenada. Um Outro Mundo é Possível com a Emancipação das Mulheres"

Mundo Parlamentar (Jussara Cony - Vereadora)

"Concretizar, nos Legislativos Municipais, o PROMETA (Plano de Metas), incluindo-o no rol das competências do Poder Executivo Municipal e determinando que as Leis Orçamentárias incorporem prioridades e indicadores de desempenho e metas quantitativas e qualitativas. Articular amplas forças políticas para a aprovação do PL 52/2011, que tramita na Câmara Federal e que determina que a União, os /estados e os Municípios construam seus Planos de Metas."

Mundo dos Voluntários (Ronaldo - VPOA)

“Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser”(Cecília Meirelles). É o mundo que os voluntários de Porto Alegre desejam para que haja um outro mundo possível

Mundo da Agricultura Familiar (Alexandre Seifler – FETAG))

A Agricultura Familiar é fundamental para a sustentabilidade do planeta pelas várias funções que desempenha. A segurança e soberania alimentar é a primeira delas. No Brasil, a Agricultura Familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos(SAF/MDA), garantindo a diversidade e qualidade alimentar e nutricional da população. Outros aspectos são a preservação ambiental, as relações sociais, a ocupação territorial, manutenção cultural e paisagística e outras tantas razões que compreendem a sua multifuncionalidade. Ao longo das últimas décadas a população rural tem diminuído significativamente causando vários problemas no campo e na cidade, colocando em risco a qualidade de vida e sustentabilidade das populações. Sendo assim, é urgente que o mundo olhe com mais atenção para este segmento, reconhecendo e valorizando as pessoas que vivem e trabalham neste espaço. É importante criarmos politicas públicas e estratégias que permitam a permanência das famílias no campo com qualidade de vida, garantindo desta forma um desenvolvimento rural sustentável e solidário das comunidades.

Mundo Jurídico (Felipe Busnello – OAB)

A Justiça é um bem de imensa importância para a sociedade. Para que ela continue a existir, é importante que o debate a seu respeito sempre exista, e que ele envolva toda a população. Pela participação no Fórum, inclusive com a possível criação de um Mundo especificamente ocupado deste assunto, a OAB busca cumprir seu papel institucional primário, de preservar a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos e a justiça social."

Levamos ao Fórum Social Mundial, em Túnis, Tunisia, neste março de 2013 as algumas das conclusões a que os diversos segmentos sociais se debruçaram, como apoio aos debates, lembrando sempre a finitude da vida, que marcou nosso FSM Temático Porto Alegre com a morte de mais de duas centenas de jovens em incêndio de cidade próxima, a quem dedicamos todos os nossos esforços.

Por fim, convidamos a todos os cidad@os do mundo, em janeiro de 2014, a voltarem a Porto Alegre, quando estaremos realizando o Fórum Social Mundial Temático e solicitamos a inclusão do nome de Porto Alegre como sede do Fórum Social Mundial em 2015, dez anos após a última atividade realmente mundial, ocorrida em janeiro de 2005.

Porto Alegre, 31 de janeiro de 2013.

http://portalctb.org.br/site/pelos-estados/18747-forum-social-mundial-tematico-e-encerrado-com-leitura-da-carta-de-porto-alegre



Dia do Professor: Por valorização e nenhum direito a menos

  Foto: Freepik. Publicado 15/10/2023 - Atualizado 11/10/2023 No dia 15 de outubro, celebramos o Dia do Professor como uma data de luta, ref...